Como Surgiu o Origami
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Como Surgiu o Origami
Como Surgiu o Origami
A menina de Hiroshima – os mil grous de papel
Esta história começa em 1945. Uma menina chamada Sadako Sasaki vivia na cidade japonesa de Hiroshima.
Quando tinha 2 anos, lançaram sobre sua cidade a primeira bomba atômica.
Quase tudo foi destruído e arrasado pelo fogo.
Sadako, que se encontrava a mais ou menos dois quilômetros do local da explosão, aparentemente nada sofreu.
Poucas semanas depois, começaram a ocorrer mortes causadas por uma doença que nem os médicos entendiam.
Pessoas que pareciam gozar de plena saúde, subitamente sentiam-se fracas, caíam doentes e morriam.
Aos 12 anos, Sadako era uma menina alegre, normal e freqüentava uma escola do bairro.
Estudava e brincava como as outras crianças, e uma das coisas de que mais gostava era correr. Um dia, depois de participar de uma corrida de revezamento em que ajudara sua equipe a ganhar, sentiu-se muito cansada e teve tontura.
Achou que era um desgaste provocado pela corrida.
Na semana seguinte, especialmente quando corria, as tonturas voltaram.
Sadako não disse nada a ninguém, nem mesmo à sua melhor amiga, Chizuko. Certa manhã, sentiu-se tão mal que caiu e ficou estendida no chão. Não havia mais como esconder. Levaram-na para um hospital da Cruz Vermelha.
Sadako estava com leucemia.
Outras crianças de Hiroshima começaram a apresentar os mesmos sintomas de leucemia, então chamada "doença da bomba atômica".
Quase todos estavam morrendo e Sadako ficou assustada, pois não queria morrer.
Chizuco foi visitá-la levando um papel, com o qual fez uma dobradura representando um grou. Chizuko contou a Sadako uma lenda: o grou, ave sagrada no Japão, vive mil anos, e se uma pessoa dobra mil grous de papel, fica curada.
Sadako resolveu fazer os mil grous.
Lentamente ela dobrava os grous, apesar da leucemia que a enfraquecia.
Ainda que não melhorasse, prosseguia e conseguiu terminar as mil aves de papel.
Sem ficar zangada ou entregar-se, resolveu fazer mais.
Todos acompanhavam sua determinação e paciência até que, em 25 de outubro de 1955, rodeada por sua família, ela montou seu último grou e dormiu placidamente pela última vez.
Seus amigos, nos quais deixou saudades, sentiram-se muito tristes por ela e pelas outras crianças e quiseram fazer alguma coisa. Assim, 39 dos seus colegas de classe resolveram formar um clube e arrecadar dinheiro para erigir um monumento em memória de Sadako e de todas as outras crianças. Alunos de 3.100 escolas japonesas e de nove outros países fizeram doações.
Finalmente, em 5 de maio de 1958, conseguiram dinheiro suficiente para a construção do monumento. Ele foi chamado Monumento das Crianças à Paz, e colocado no Parque da Paz, no centro de Hiroshima, exatamente onde havia caído a bomba.
Esse esforço das crianças ficou tão popular que inspirou o filme Os mil grous de papel. As crianças de Hiroshima e Tóquio que participaram do filme resolveram ficar amigas e fundaram o Clube dos Mil Grous de Papel. Nada, porém, resume melhor o significado dos grous e do Clube do que as palavras gravadas no pedestal do Monumento das Crianças à Paz:
"este é o nosso grito esta é a nossa prece construir a paz no mundo que é nosso." (adaptado do Correio da Unesco por João C. Pessarini)
Um resumo da história
No ano 105, T’sai Lao, administrador no palácio do imperador chinês, começou a misturar cascas de árvores, panos e redes de pesca para substituir a sofisticada seda que se utilizava para escrever. Ele, com certeza, não poderia imaginar a utilização que a humanidade faria desse invento chamado papel. O império chinês manteve segredo sobre as técnicas de fabricação do papel durante séculos, pois exportava esse material a preços altos. No século VII, por intermédio de monges coreanos, a técnica para fabricar papel chegou ao Japão como "um negócio da China", e um século mais tarde, os árabes obtiveram o segredo desse processo. Na Europa a técnica chegou por volta do século XII, e dois séculos mais tarde já se espalhava por todos os reinos cristãos.
Nem sempre o papel teve boa qualidade. Exceto na China e no Japão, onde desde os primeiros momentos era possível a prática de dobrá-lo, no resto do mundo, principalmente na Europa, o papel era grosso e frágil, dificultando a prática de dobraduras. Só a partir do século XIV, conseguiu-se fabricar um papel mais fino e flexível na Europa. Mas o altíssimo custo para sua fabricação era também obstáculo para a popularização do origami.
É certo que essa arte teve sua origem na China a partir do manuseio do papel. Mas, ao que se sabe, sua prática não se tornou muito popular nesse país. No Japão, o origami (ori: dobrar / gami: papel) converteu-se numa prática comum assim que o custo do papel caiu, sendo hoje considerada um patrimônio da cultura japonesa.
No início, tinha caráter simbólico nos rituais das cerimônias xintoístas. Os noshis, oferendas que se faziam nos templos, eram envoltos em papel, cuja função era separar o puro do impuro. A evolução desses envoltórios com dobras cada vez mais complexas e atraentes foi tanta que o origami deixou de ser um meio para converter-se num fim. Assim, esses origamis foram sendo apresentados de maneiras diferentes, seguindo algumas regras básicas, respeitadas por todos que dobravam. Uma tradição que tem raiz no século XII. Também nessa época constatou-se a existência de um rito matrimonial em que papéis eram dobrados partindo da base do balão, simbolizando os noivos (mariposas). As mariposas – macho e fêmea – envolviam as garrafas de saquê, simbolizando a união.
Na Europa, sem esse sentido religioso, existia no século XVI o costume dos estudantes da Universidade de Pádua que, ao visitar seus professores, deixavam um cartão de visita com seu nome,dobrado de forma a expressar um sentimento ou intenção.
O nó pentagonal que os japoneses usavam para escrever suas orações era conhecido na Europa desde o século XII, principalmente entre os estudiosos de Geometria.
A dessacralização do origami ganhou terreno paralelamente à redução dos custos. As classes mais populares começaram a ter acesso a essa prática e logo suas técnicas foram bastantedisseminadas.
As figuras representavam objetos da vida diária (capacete de samurai,bonecas, barcos etc.). Muitas dessas peças são dobradas até os dias de hoje. A beleza das peças, em grande parte, vem da leveza do papel artesanal utilizado em sua confecção.
A semelhança entre as figuras japonesas e as tradicionais figuras européias pode ter acontecido por uma comunicação direta feita entre missionários e comerciantes. Ambas as tradições têm figuras iguais, com predominância das dobradas com ângulos de 45 graus. Algumas estão documentadas na Europa desde o século XVII. A pajarita (passarinho) espanhola passou a denominar todas as figuras dobradas na Espanha. Os espanhóis acreditam ser, no contexto europeu, o povo que com mais força manteve essa tradição.
Quando as bases do pássaro e da rã surgiram no Japão, quem poderia avaliar seu potencial? Acredita-se que 80% das figuras conhecidas hoje têm sua origem nelas. Tecnicamente, essas duas bases consistem em trabalhar com ângulos de 22,5 graus no papel quadrado, o que gera uma ampla liberdade de movimentos nas quatro pontas.
Uma das figuras representativas do origami é o grou (tsuru), que simboliza a eterna felicidade e é muito popular entre os japoneses. O primeiro livro com instruções para dobrar – O segredo para dobrar mil grous – apareceu em 1797 e descrevia a maneira de dobrar 49 grupos de grous unidos, às vezes com cola, outras pelas asas. O fato de só estarem indicados o formato do papel e a maneira de realizar os cortes demonstra a popularidade dessa figura.
Em 1700, havia na Europa uma técnica utilizada pelos mágicos que consistia em formar múltiplas figuras dobrando-se um papel em leque e depois girando. O primeiro livro que fala sobre isso é Hocus Pocus, de autoria desconhecida e muito popular entre os mágicos da época. Na década de 1920, o grande Houdini, mais conhecido pela habilidadede escapar rapidamente de qualquer tipo de amarras, também demonstrava habilidade com papel.
Origami na Educação
Assim como no Japão, na Europa o origami era praticado principalmente pelas crianças. Por isso o pedagogo Froebel percebeu rapidamente a possibilidade de educar a partir de brincadeiras com dobraduras em papel. Na prática habitual de seus "Jardins de Infância", estavam as figuras tradicionais da época e também uma série de dobraduras geométricas, chamadas depois de "froebelianas".
Quando os portos japoneses se abriram para os países ocidentais, propiciaram uma revolução na arte de dobrar papéis. As bases do pássaro e da rã chegaram à Europa, onde não eram conhecidas. A base do pássaro chegou não na figura do grou, mas sim na forma de um pássaro que batia asas, estranhamente desconhecida no Japão. Os geômetras, por sua vez, não ficaram insensíveis e viram no origami muitas possibilidades pedagógicas. Um livro do hindu Sundara Row, Geometric Exercises in Paperfolding, publicado em 1893, é um amplo tratado de geometria com origami, ainda que outros o tenham precedido. Esse livro foi reeditado pela Dover (EUA), e é um excelente material de apoio didático para professores de matemática.
Já no século XX, a tradição de considerar o origami somente como uma brincadeira de criança começou a evoluir pelas mãos de Isao Honda, no Japão, e Miguel de Unamuno, na Espanha. Ambos os autores realizaram uma cruzada quase simultânea para conseguir a consideração das classes mais cultas em relação ao origami. É certo que o desenvolvimento da arte de dobrar papel tal qual a conhecemos hoje somente aconteceu nos últimos 50 anos. Da década de 1950 vem a idéia de consenso de Akira Yoshisawa para a representação gráfica das dobras, diferenciando, por exemplo, as dobras vale e montanha. As dobras que servem como matrizes para a produção de figuras são chamadas de bases. A sistematização das dobras e bases permitiu ampliar a criatividade dos autores, que criam não apenas peças, mas também novas bases.
Na efervescência dos anos de 1950 e 1960, foram os norte-americanos os primeiros a impulsionar a explosão "origâmica", especialmente Lilian Oppenheimer, fundadora do The Origami Center New York, em 1958.
Fonte: www.eduquenet.net
Como Surgiu o Origami
Afirmam alguns estudiosos do Origami que o hábito de dobrar papéis é tão antigo quanto a existênciada da primeira folha de papel obtida na China, há aproximadamente 1800 anos, pela maceração de cascas de árvores e restos de tecidos.
Quando o papel foi introduzido no Japão entre os séculos VI e X por monges budistas chineses,ele somente era acessível à nobreza, por se tratar de um produto de luxo, utilizado em festas religiosas e na confecção dos moldes dos quimonos.
Os japoneses transmitiam as figuras que criavam através da tradição oral, onde as formas eram passadas de mãe para filha. Como nenhum desenho tinha sido registrado em livros até então,somente as dobraduras mais simples eram mantidas. As primeiras instruções escritas sobre o Origami apareceram em 1797 com a publicação do 'Senbazuru Orikata' (Como Dobrar Mil Garças). Só então, a partir da fabricação do seu próprio papel, o restante da população começou a aprimorar essa arte secular do Origami, que deixou de ser transmitida somente de pais para filhos, desde 1876, passando a fazer parte integrante do currículo escolar desse país.
A palavra 'Origami' foi cunhada em 1880 a partir das palavras 'ori' (dobrar) e 'kami' (papel).
Antes disto essa arte era conhecida comoOrikata.
Enquanto isso, na Europa, a arte das dobraduras em papel também estava sendo desenvolvida na Espanha. Os árabes trouxeram o segredo da fabricação do papel para o Norte da África e, no século VIII os mouros levaram este segredo até a Espanha.
A religião dos mouros proibia a criação de qualquer figura simbólica, de modo que as dobraduras em papel eram usadas por eles apenas para estudar a Geometria presente nas formas e nas dobras. Depois que os mouros foram expulsos da Europa, os espanhóis foram alémdos desenhos geométricos edesenvolveram a papiroflexia uma arte popular até hoje na Espanha e na Argentina.
Pelo fato de essa arte-magia, como gosto de defini-la, ter sido aprimorada e divulgada no Japão, tornou-se internacionalment conhecida pelo nome de Origami, cujo significado etimológico é "dobrar"(ori) e "papel"(kami). Quando pronunciadas juntas, o "k"é substituido pelo "g".
Durante século, nesse país do Sol Nascente (como é chamado o Japão), Origamis representando determinados objetos eram queimados no ritual dos funerais, com a intenção de que os espíritos das pessoas falecidas pudessem assim obter em outras vidas tudo que almejavam. De fato, a palavra que significa papel, 'kami'. As figuras associadas às cerimônias Shintoístas permaneceram intocadas através dos séculos.
Cédulas imitando dinheiro e postas em envelopes vermelhos, confeccionados em Origami, eram também queimadas durantes as festas de casamento, a fim de trazer prosperidade ao casal.
As várias maneiras de se dobrarem papéis possuem diferentes siginificados simbólicos no Oriente. Assim, pois, no Japão o sapo representa o amor, a fertilidade; a tartaruga, a longevidade, e o tsuru (ave-símbolo do Origami), também conhecido por grou ou cegonha, siginifica boa sorte, felicidade, saúde. Diz ainda a lenda que quem fizer mil tsurus, com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons resultados.
TSURU
No Japão, todos os anos - no dia 6 de agosto - são depositados inúmeros tsurus no mausoléu erigido em homenagem aos que morreram na tragédia atômica de Hiroxima, com a intenção de que isso jamais venha a se repitir.
Hoje em dia podemos encontrar grandes mestres em dobraduras praticamente no mundo todo. Novas e melhores técnicas de dobradura desenvolvidas atualmente deixariam boquiabertos os mestres da antiguidade... Enquanto na antiguidade era considerada uma proeza a criação de uma dobradura que apenas representasse um inseto, por exemplo - com corpo segmentado e múltiplas pernas - hoje em dia a criação de insetos anatomicamente correto é bastante corriqueira, sendo que o desafio atual consiste em criar insetos de espécies reconhecíveis...
Fonte: mvalentina.locaweb.com.br
A menina de Hiroshima – os mil grous de papel
Esta história começa em 1945. Uma menina chamada Sadako Sasaki vivia na cidade japonesa de Hiroshima.
Quando tinha 2 anos, lançaram sobre sua cidade a primeira bomba atômica.
Quase tudo foi destruído e arrasado pelo fogo.
Sadako, que se encontrava a mais ou menos dois quilômetros do local da explosão, aparentemente nada sofreu.
Poucas semanas depois, começaram a ocorrer mortes causadas por uma doença que nem os médicos entendiam.
Pessoas que pareciam gozar de plena saúde, subitamente sentiam-se fracas, caíam doentes e morriam.
Aos 12 anos, Sadako era uma menina alegre, normal e freqüentava uma escola do bairro.
Estudava e brincava como as outras crianças, e uma das coisas de que mais gostava era correr. Um dia, depois de participar de uma corrida de revezamento em que ajudara sua equipe a ganhar, sentiu-se muito cansada e teve tontura.
Achou que era um desgaste provocado pela corrida.
Na semana seguinte, especialmente quando corria, as tonturas voltaram.
Sadako não disse nada a ninguém, nem mesmo à sua melhor amiga, Chizuko. Certa manhã, sentiu-se tão mal que caiu e ficou estendida no chão. Não havia mais como esconder. Levaram-na para um hospital da Cruz Vermelha.
Sadako estava com leucemia.
Outras crianças de Hiroshima começaram a apresentar os mesmos sintomas de leucemia, então chamada "doença da bomba atômica".
Quase todos estavam morrendo e Sadako ficou assustada, pois não queria morrer.
Chizuco foi visitá-la levando um papel, com o qual fez uma dobradura representando um grou. Chizuko contou a Sadako uma lenda: o grou, ave sagrada no Japão, vive mil anos, e se uma pessoa dobra mil grous de papel, fica curada.
Sadako resolveu fazer os mil grous.
Lentamente ela dobrava os grous, apesar da leucemia que a enfraquecia.
Ainda que não melhorasse, prosseguia e conseguiu terminar as mil aves de papel.
Sem ficar zangada ou entregar-se, resolveu fazer mais.
Todos acompanhavam sua determinação e paciência até que, em 25 de outubro de 1955, rodeada por sua família, ela montou seu último grou e dormiu placidamente pela última vez.
Seus amigos, nos quais deixou saudades, sentiram-se muito tristes por ela e pelas outras crianças e quiseram fazer alguma coisa. Assim, 39 dos seus colegas de classe resolveram formar um clube e arrecadar dinheiro para erigir um monumento em memória de Sadako e de todas as outras crianças. Alunos de 3.100 escolas japonesas e de nove outros países fizeram doações.
Finalmente, em 5 de maio de 1958, conseguiram dinheiro suficiente para a construção do monumento. Ele foi chamado Monumento das Crianças à Paz, e colocado no Parque da Paz, no centro de Hiroshima, exatamente onde havia caído a bomba.
Esse esforço das crianças ficou tão popular que inspirou o filme Os mil grous de papel. As crianças de Hiroshima e Tóquio que participaram do filme resolveram ficar amigas e fundaram o Clube dos Mil Grous de Papel. Nada, porém, resume melhor o significado dos grous e do Clube do que as palavras gravadas no pedestal do Monumento das Crianças à Paz:
"este é o nosso grito esta é a nossa prece construir a paz no mundo que é nosso." (adaptado do Correio da Unesco por João C. Pessarini)
Um resumo da história
No ano 105, T’sai Lao, administrador no palácio do imperador chinês, começou a misturar cascas de árvores, panos e redes de pesca para substituir a sofisticada seda que se utilizava para escrever. Ele, com certeza, não poderia imaginar a utilização que a humanidade faria desse invento chamado papel. O império chinês manteve segredo sobre as técnicas de fabricação do papel durante séculos, pois exportava esse material a preços altos. No século VII, por intermédio de monges coreanos, a técnica para fabricar papel chegou ao Japão como "um negócio da China", e um século mais tarde, os árabes obtiveram o segredo desse processo. Na Europa a técnica chegou por volta do século XII, e dois séculos mais tarde já se espalhava por todos os reinos cristãos.
Nem sempre o papel teve boa qualidade. Exceto na China e no Japão, onde desde os primeiros momentos era possível a prática de dobrá-lo, no resto do mundo, principalmente na Europa, o papel era grosso e frágil, dificultando a prática de dobraduras. Só a partir do século XIV, conseguiu-se fabricar um papel mais fino e flexível na Europa. Mas o altíssimo custo para sua fabricação era também obstáculo para a popularização do origami.
É certo que essa arte teve sua origem na China a partir do manuseio do papel. Mas, ao que se sabe, sua prática não se tornou muito popular nesse país. No Japão, o origami (ori: dobrar / gami: papel) converteu-se numa prática comum assim que o custo do papel caiu, sendo hoje considerada um patrimônio da cultura japonesa.
No início, tinha caráter simbólico nos rituais das cerimônias xintoístas. Os noshis, oferendas que se faziam nos templos, eram envoltos em papel, cuja função era separar o puro do impuro. A evolução desses envoltórios com dobras cada vez mais complexas e atraentes foi tanta que o origami deixou de ser um meio para converter-se num fim. Assim, esses origamis foram sendo apresentados de maneiras diferentes, seguindo algumas regras básicas, respeitadas por todos que dobravam. Uma tradição que tem raiz no século XII. Também nessa época constatou-se a existência de um rito matrimonial em que papéis eram dobrados partindo da base do balão, simbolizando os noivos (mariposas). As mariposas – macho e fêmea – envolviam as garrafas de saquê, simbolizando a união.
Na Europa, sem esse sentido religioso, existia no século XVI o costume dos estudantes da Universidade de Pádua que, ao visitar seus professores, deixavam um cartão de visita com seu nome,dobrado de forma a expressar um sentimento ou intenção.
O nó pentagonal que os japoneses usavam para escrever suas orações era conhecido na Europa desde o século XII, principalmente entre os estudiosos de Geometria.
A dessacralização do origami ganhou terreno paralelamente à redução dos custos. As classes mais populares começaram a ter acesso a essa prática e logo suas técnicas foram bastantedisseminadas.
As figuras representavam objetos da vida diária (capacete de samurai,bonecas, barcos etc.). Muitas dessas peças são dobradas até os dias de hoje. A beleza das peças, em grande parte, vem da leveza do papel artesanal utilizado em sua confecção.
A semelhança entre as figuras japonesas e as tradicionais figuras européias pode ter acontecido por uma comunicação direta feita entre missionários e comerciantes. Ambas as tradições têm figuras iguais, com predominância das dobradas com ângulos de 45 graus. Algumas estão documentadas na Europa desde o século XVII. A pajarita (passarinho) espanhola passou a denominar todas as figuras dobradas na Espanha. Os espanhóis acreditam ser, no contexto europeu, o povo que com mais força manteve essa tradição.
Quando as bases do pássaro e da rã surgiram no Japão, quem poderia avaliar seu potencial? Acredita-se que 80% das figuras conhecidas hoje têm sua origem nelas. Tecnicamente, essas duas bases consistem em trabalhar com ângulos de 22,5 graus no papel quadrado, o que gera uma ampla liberdade de movimentos nas quatro pontas.
Uma das figuras representativas do origami é o grou (tsuru), que simboliza a eterna felicidade e é muito popular entre os japoneses. O primeiro livro com instruções para dobrar – O segredo para dobrar mil grous – apareceu em 1797 e descrevia a maneira de dobrar 49 grupos de grous unidos, às vezes com cola, outras pelas asas. O fato de só estarem indicados o formato do papel e a maneira de realizar os cortes demonstra a popularidade dessa figura.
Em 1700, havia na Europa uma técnica utilizada pelos mágicos que consistia em formar múltiplas figuras dobrando-se um papel em leque e depois girando. O primeiro livro que fala sobre isso é Hocus Pocus, de autoria desconhecida e muito popular entre os mágicos da época. Na década de 1920, o grande Houdini, mais conhecido pela habilidadede escapar rapidamente de qualquer tipo de amarras, também demonstrava habilidade com papel.
Origami na Educação
Assim como no Japão, na Europa o origami era praticado principalmente pelas crianças. Por isso o pedagogo Froebel percebeu rapidamente a possibilidade de educar a partir de brincadeiras com dobraduras em papel. Na prática habitual de seus "Jardins de Infância", estavam as figuras tradicionais da época e também uma série de dobraduras geométricas, chamadas depois de "froebelianas".
Quando os portos japoneses se abriram para os países ocidentais, propiciaram uma revolução na arte de dobrar papéis. As bases do pássaro e da rã chegaram à Europa, onde não eram conhecidas. A base do pássaro chegou não na figura do grou, mas sim na forma de um pássaro que batia asas, estranhamente desconhecida no Japão. Os geômetras, por sua vez, não ficaram insensíveis e viram no origami muitas possibilidades pedagógicas. Um livro do hindu Sundara Row, Geometric Exercises in Paperfolding, publicado em 1893, é um amplo tratado de geometria com origami, ainda que outros o tenham precedido. Esse livro foi reeditado pela Dover (EUA), e é um excelente material de apoio didático para professores de matemática.
Já no século XX, a tradição de considerar o origami somente como uma brincadeira de criança começou a evoluir pelas mãos de Isao Honda, no Japão, e Miguel de Unamuno, na Espanha. Ambos os autores realizaram uma cruzada quase simultânea para conseguir a consideração das classes mais cultas em relação ao origami. É certo que o desenvolvimento da arte de dobrar papel tal qual a conhecemos hoje somente aconteceu nos últimos 50 anos. Da década de 1950 vem a idéia de consenso de Akira Yoshisawa para a representação gráfica das dobras, diferenciando, por exemplo, as dobras vale e montanha. As dobras que servem como matrizes para a produção de figuras são chamadas de bases. A sistematização das dobras e bases permitiu ampliar a criatividade dos autores, que criam não apenas peças, mas também novas bases.
Na efervescência dos anos de 1950 e 1960, foram os norte-americanos os primeiros a impulsionar a explosão "origâmica", especialmente Lilian Oppenheimer, fundadora do The Origami Center New York, em 1958.
Fonte: www.eduquenet.net
Como Surgiu o Origami
Afirmam alguns estudiosos do Origami que o hábito de dobrar papéis é tão antigo quanto a existênciada da primeira folha de papel obtida na China, há aproximadamente 1800 anos, pela maceração de cascas de árvores e restos de tecidos.
Quando o papel foi introduzido no Japão entre os séculos VI e X por monges budistas chineses,ele somente era acessível à nobreza, por se tratar de um produto de luxo, utilizado em festas religiosas e na confecção dos moldes dos quimonos.
Os japoneses transmitiam as figuras que criavam através da tradição oral, onde as formas eram passadas de mãe para filha. Como nenhum desenho tinha sido registrado em livros até então,somente as dobraduras mais simples eram mantidas. As primeiras instruções escritas sobre o Origami apareceram em 1797 com a publicação do 'Senbazuru Orikata' (Como Dobrar Mil Garças). Só então, a partir da fabricação do seu próprio papel, o restante da população começou a aprimorar essa arte secular do Origami, que deixou de ser transmitida somente de pais para filhos, desde 1876, passando a fazer parte integrante do currículo escolar desse país.
A palavra 'Origami' foi cunhada em 1880 a partir das palavras 'ori' (dobrar) e 'kami' (papel).
Antes disto essa arte era conhecida comoOrikata.
Enquanto isso, na Europa, a arte das dobraduras em papel também estava sendo desenvolvida na Espanha. Os árabes trouxeram o segredo da fabricação do papel para o Norte da África e, no século VIII os mouros levaram este segredo até a Espanha.
A religião dos mouros proibia a criação de qualquer figura simbólica, de modo que as dobraduras em papel eram usadas por eles apenas para estudar a Geometria presente nas formas e nas dobras. Depois que os mouros foram expulsos da Europa, os espanhóis foram alémdos desenhos geométricos edesenvolveram a papiroflexia uma arte popular até hoje na Espanha e na Argentina.
Pelo fato de essa arte-magia, como gosto de defini-la, ter sido aprimorada e divulgada no Japão, tornou-se internacionalment conhecida pelo nome de Origami, cujo significado etimológico é "dobrar"(ori) e "papel"(kami). Quando pronunciadas juntas, o "k"é substituido pelo "g".
Durante século, nesse país do Sol Nascente (como é chamado o Japão), Origamis representando determinados objetos eram queimados no ritual dos funerais, com a intenção de que os espíritos das pessoas falecidas pudessem assim obter em outras vidas tudo que almejavam. De fato, a palavra que significa papel, 'kami'. As figuras associadas às cerimônias Shintoístas permaneceram intocadas através dos séculos.
Cédulas imitando dinheiro e postas em envelopes vermelhos, confeccionados em Origami, eram também queimadas durantes as festas de casamento, a fim de trazer prosperidade ao casal.
As várias maneiras de se dobrarem papéis possuem diferentes siginificados simbólicos no Oriente. Assim, pois, no Japão o sapo representa o amor, a fertilidade; a tartaruga, a longevidade, e o tsuru (ave-símbolo do Origami), também conhecido por grou ou cegonha, siginifica boa sorte, felicidade, saúde. Diz ainda a lenda que quem fizer mil tsurus, com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons resultados.
TSURU
No Japão, todos os anos - no dia 6 de agosto - são depositados inúmeros tsurus no mausoléu erigido em homenagem aos que morreram na tragédia atômica de Hiroxima, com a intenção de que isso jamais venha a se repitir.
Hoje em dia podemos encontrar grandes mestres em dobraduras praticamente no mundo todo. Novas e melhores técnicas de dobradura desenvolvidas atualmente deixariam boquiabertos os mestres da antiguidade... Enquanto na antiguidade era considerada uma proeza a criação de uma dobradura que apenas representasse um inseto, por exemplo - com corpo segmentado e múltiplas pernas - hoje em dia a criação de insetos anatomicamente correto é bastante corriqueira, sendo que o desafio atual consiste em criar insetos de espécies reconhecíveis...
Fonte: mvalentina.locaweb.com.br
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